
Spiritfarer é um excelente game de plataforma focado no gerenciamento de recursos e destinos de espíritos em uma linda jornada sobre como cuidar dos outros, lidar com a morte e aprender a dizer adeus. Seguindo o melhor do estilo dos jogos de jardinagem, popularizado com o sucesso de Animal Crossing, Harvest Moon, Stardew Valley e Don’t Starve, esse último lançamento indie desenvolvido e publicado pelo estúdio canadense Thunder Lotus se destaca como um dos títulos mais originais e divertidos que joguei durante todo esse ano de pandemia.
Disponível para Windows, macOS, Linux, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One e Google Stadia, testei a versão da Steam para Mac e logo descobri que apesar dos gráficos em 2D desenhados à mão, Spiritfarer requer um bom processador (Dual Core 3.0 GHz), um sistema operacional atualizado (preferencialmente OS X Yosemite de 64 bits) e uma placa de vídeo robusta (Intel Iris 1536), além de pelo menos 4 GB de RAM de memória e uns 7 GB de espaço disponível.
Detalhes mais técnicos pro jogo rodar 100% em sua máquina à parte, o game mistura momentos de ação e de construção sandbox enquanto você vai guiando um barco e ajudando almas recém-falecidas em suas passagens para o além. Jogamos com Stella, que deve assumir o comando da Spiritfarer, uma embarcação mitológica que navega em um oceano cheio de ilhas fantásticas em busca de espíritos para abrigar e levá-los até seu descanso final na eternidade (Everdoor).
Stella herdou essa nobre tarefa do barqueiro Caronte (Charon) e está sempre acompanhada por seu adorável gato Daffodil, que pode até ser opcionalmente controlado por um segundo jogador em modo cooperativo, para ajudá-la a completar sua longa campanha cheia de personagens encantadores com histórias sombrias e comoventes. Entre as belas animações, logo você aprende personalizar e administrar o barco. Dá pra soltar a imaginação e fazer muita coisa com várias opções legais.
Plante, minere, pesque, cozinhe, costure e fabrique inúmeras coisas enquanto você encontra diversos seres memoráveis que você poderá aceitar em sua tripulação. Stella está lá para ajudar, conhecer suas memórias, acontecimentos de vidas passadas e aprender mais sobre seus passageiros. Mas seus convidados também precisam ser atendidos em seus pedidos finais antes de seguirem em frente, forjando relações de amizade engraçadas e calorosas com vários deles.
De uma forma geral Spiritfarer é um jogo sem riscos, mas com grandes recompensas. Não há morte, nem dor, nem pressa em nenhuma tarefa, e ainda assim, acho que nunca me diverti tanto! Se você também gosta de mundos abertos poderá aproveitar totalmente o seu tempo, jogar em seus próprios termos e ter uma experiência incrivelmente satisfatória. A mecânica de criação incentiva constantemente a experimentação e ainda ajuda oxigenar até mesmo as tarefas repetidas.
Cada missão é ligeiramente diferente e, em vez de punir os erros, oferece uma boa variedade a tarefas potencialmente mundanas. Com uma ótima execução de seus temas narrativos. Se o jogo tivesse continuado a me dar novas tarefas, teria continuado por toda a eternidade! Ao todo são cerca de 30 horas para fechar o jogo principal e chutaria umas 50 para curtir todo o cenário com profundidade para realmente se sentir em casa nesse universo reconfortante e relaxante.
Escolher um novo local no mapa expansivo e navegar até lá é tão simples quanto controlar o resto do navio. Suas viagens o levarão a belas aldeias cheias de campos de arroz, faróis nevados e até mesmo cidades espirituais agitadas enquanto você coleta recursos e atualiza suas construções de maneiras que permitem explorar ainda mais. Para um jogo sobre morte e desapego, o Spiritfarer é alegre, cheio de luz e vida, embora permaneça impossivelmente fiel à sua razão de ser. Definitivamente é um desses jogos indies que vale toda a pena saborear com calma. Nota: 9/10
https://www.youtube.com/watch?v=UWsYE304k94