
Semana passada, em evento fechado, a Motorola anunciou seu mais novo celular, o Moto Z com snaps. Enquanto como celular ele é um aparelho normal, com specs avançadas (como deveria ser) e muito fino (5mm, como a própria Motorola disse), ele tem um conceito bastante interessante: os snaps.
Mas o que são os snaps?
Snaps são hardwares que, acoplados à traseira do Moto Z, aumentam a utilidade do celular. Por usarem um tipo de conector proprietário (e bem documentado) na traseira do aparelho, a conexão é rápida e simples, plug and play de verdade, leva literalmente 1 ou 2 segundos pro celular detectar o novo hardware conectado a ele. Mas o que esses hardwares adicionais podem fazer?

Um exemplo simples: a caixa de som.
Você está numa reunião com amigos, sempre tem alguém que pluga o celular numa caixinha bluetooth pra tocar umas músicas. Mas nem sempre o bluetooth (maldito bluetooth) responde bem, ele dá pau de pareamento, pede senha que eventualmente não funciona, dá falha de conexão, dá erro e ponto final… É nisso que entra a caixinha da JBL chamada SoundBoost. Com ela você transforma seu celular em um aparelho de som portátil. Essa caixinha tem uma bateria interna que dura mais-ou-menos 10 horas, além da bateria padrão do celular. Ela tem uma potência de 6w, o que é bastante, especialmente se levarmos em conta o tamanho dela. Eu testei essa caixinha e o som dela é incrível!
O mais legal por enquanto: o projetor.
Então você quer mostrar fotos para seus amigos, passa o celular de mão em mão para eles verem as fotos e pam, algum descuidado clica na tela, sai da foto, fuça onde não devia fuçar… Eu, que não gosto de dar meu celular na mão de ninguém, achei essa ideia algo bastante útil: o projetor Moto Insta-Share. Ele transforma seu celular em um projetor, simples assim.

O snap tem uma bateria interna que acrescenta 1 hora de duração à bateria do celular, o que dá e sobra pra maioria das bobagens que queremos mostrar aos outros. O projetor tem contraste de 400lm, o que é bastante aceitável e tem auto ajuste de angulação, para evitar que a tela fique “torta” na parede onde será projetado. Eu peguei em mãos, testei e posso dizer: é algo que eu preciso ter, quando sair. Simples assim.

Outros snaps.
O Moto Z é fino, bem fino, fino ao ponto de eu ter medo de colocá-lo no meu bolso e quebrá-lo. Apesar de fino, ele tem uma bateria de 2600mAh, que deve durar em torno de um dia de uso razoável. Ele tem um snap de bateria, que acrescenta 2200mAh de carga ao aparelho, bem como alguns mm de grossura. Eu, provavelmente, usaria o Moto Z com esse snap todo dia, já que ele ficaria com uma grossura razoável e teria uma duração de bateria insana.
Mas não foram só esses snaps que a Motorola apresentou, ela mostrou também snaps cosméticos de capinha traseira, que ficam muito bem no aparelho. Couro, madeira, plástico, fibra, imagine o material, provavelmente eles irão usar.
Mas é só isso?
Não! E aqui eu venho com o ponto mais bacana da apresentação: eles incentivarão os usuários (e empresas) a criarem seus próprios snaps! Eles venderão os MDK (Motorola Development Kits, não aquele jogo horroroso de PS1) que contará com placa de desenvolvimento usando raspberry pi ou arduino. Literalmente as possibilidades são infinitas. E eles não obrigarão as empresas a certificarem seus snaps, ou seja, qualquer empresa pode desenvolver seu snap e colocar no mercado, uma iniciativa muito bacana!

Conversando com um dos engenheiros dele, ele me disse que o Moto Z, como de costume da Motorola, terá procedimento simples de desbloqueio de bootloader, bem como facilidade para o desenvolvedor fazer root nele. Eu fiquei bem animado com o que vi lá, e espero que essa tendência seja bem utilidade!
Ok, snaps são legais, eu já entendi, mas e o aparelho?
O aparelho tem um snapdragon 820, com 4gb de RAM, android 6.0.1, câmera com foco laser e estabilizador por hardware, tornando quase impossível você tirar uma foto tremida, tela de 5.5”, dual chip e encaixe de cartão SD. São especificações bastante parrudas para um aparelho e a câmera funciona realmente bem, levando-se em conta de ser uma câmera de celular.

Algumas pessoas estão criticando a ausência de encaixe P2 para fone de ouvido, mas eu entendo ele não estar presente: só faria o aparelho ficar mais grosso desnecessariamente. E, para solucionar isso, a Motorola manda, junto do aparelho, um conversor USB-C para P2, você pode usar qualquer fone de ouvido que quiser nele tranquilamente. Sobre o USB-C, é desagradável ter que trocar os cabos, mas USB-C é uma tecnologia bem melhor que os atuais mini USB que usamos, então teremos que nos acostumar.
Ele estará disponível em setembro desse ano, mas a Motorola não informou o preço, o que foi uma pena. Aguardo ansiosamente pelo valor do celular + projetor!