Duvido muito que algum fã de Assassin’s Creed não tenha a saga de Ezio como a sua preferida. O motivo é o carisma do protagonista e dos personagens secundários, como o inventor Leonardo da Vinci e a beleza dos pontos turísticos italianos. Há tempos que os Assassins Creed tentam, em vão, reetir esse mesmo sucesso, sobretudo na falta de carisma dos protagonistas, com destaque para Connor e Arno, esse, o pior de todos, tanto que tive que forçar a memória para lembrar seu nome. Agora, porém, vamos falar de coisa boa: Assassins Creed Syndicate.
Enfim, o jogo reviveu as glórias da saga italiana. Os personagens são muito criativos e carismáticos. Os irmãos gêmeos Jacob e Evie Frye se consagram pela personalidade bem formada: enquanto Evie é mais inteligente, ponderada e detalhista, Jacob prefere aregaçar as mangas e sentar o braço com sua gangue Rooks..
Isso é sentido rapidamente na mecânica: Evie é mais rápida e funciona melhor com investidas na furtividade, com arremesso de facas e ataques inesperados. Já Jacob é mais lento e até por conta disso, sua furtividade fica deficitária. Como o cara é bem forte, esse é o convite que você precisa para transformar qualquer missão em uma pancadaria sem limites.
Além das missões específicas para cada um e outras que permitem que você escolha quem controlar, é possível optar por um ou outro a qualquer momento enquanto passeia pelas ruas de Londres. Basta pausar e escolher o personagem.
Londres, enfim é a sua vez
Há tempos eu torcia por uma aventura de Assassin’s Cred em Londres e baseada em suas figuras históricas. E valeu a pena: Os jogadores poderão curtir com detalhes minuciosos uma escalada ao Big Ben, ou visitar o suntuoso palácio do Buckingham. Tudo com aquele padrão de qualidade e apricho nos detalhes que a Ubisoft sempre entrega com louvor. Você pode até não gostar da série, reclamar que a mecanica é repetitiva, enfim, fale o que for, mas é fato que nesse ponto Assassin’s Creed se consagra.
Além das missões principais, há colecionáveis espalhados e missões paralelas, além de um muito aguardado DLC do Jack, o Estripador, que já está disponível por R$ 39 e oferece outras coisas, como roupas extras e uma missão nova.
Outra coisa legal proporcionada pelo cenário britânico é a inclusão de figuras históricas como Graham Bell, que tomou o lugar de Leonardo da Vinci na invenção de bugigangas, além de outros caras bem bacanas, como da dupla de Charles, o Darwin e o Dickens.
O visual é incrível, mas o jogo pede um bom hardware para rodar com a qualidade gráfica dos consoles. Nosso teste rolou no nosso notebook de testes, um Core i7 2.3GHZ, 8GB RAM e GeForce GTX 850 M com 4MB de RAM e o jogo rolou muito bem em 30 FPS. Para rodar com quadros superiores a 60fps foi necessário cair a qualidade para Low e resolução 1280 x 720. E ainda assim o game ficou bem bonito, exceto por alguns borrões aqui e ali nas texturas das paredes e detalhes reduzidos no horizonte. Este, aliás, deve ser o último game de PC a ser testado nessa máquina, já que em breve nossa máquina de review gentilmente cedida pelas parceiraças ASUS e HyperX será colocada à prova. Aguardem!
Outro ponto que merece elogios é a trilha sonora instrumental, que cumpre com louvor o desafio de transportar o jogador para a I nglaterra vitoriana de 1968, ano em que a revolução industrial rola a todo vapor – se me permite o trocadilho infame com os icônicos trens à vapor que permeiam boa parte do início do jogo.
A evolução continua
Em nossa análise do muito criticado Assassins Creed Unity destacamos como um de seus principais pontos positivos a evolução dos controles, com destaque para a maior facilidade ao pular enquanto corre, as batalhas de esgrima e o design mais “aberto” das fases, que permitiam novas formas de realizar uma missão.
Pois bem, Syndicate seguiu os bons passos do seu antecessor e melhorou com a adição do arpão, que permite a escalada a edifícios com mais facilidade e agilidade, com controle similar ao visto na franquia Batman Arkham. Aproveitando a ambientação, dá para passear de carruagem e evitar a às vezes cansativa mecânica de escalada. E isso é algo muito bem vindo, porque os cenários são belíssimos para serem vistos apenas de cima dos telhados.
E tem outras coisas boas, como a furtividade, que está ainda melhor do que em Unity, com comandos simples e fáceis (basta apertar duas vezes o A para se esconder) e um novo sistema em estilo RPG para atribuir pontos de experiência e gerenciar itens e armas. Nesse ponto, é importante citar que há dezenas de melhorias diferentes, o que aumenta e muito o fator replay do jogo, ainda mais se o seu objetivo é evoluir o dois personagens.
Falhas conhecidas
Como ponto negativo da mecânica, destaco apenas a imprecisão dos comandos em alguns momentos pontuais, coisa que já é até tradição na franquia. Por vezes, o pulo não sai como previsto, – principalmente se combinado com a corrida -, o golpe não sai e seu personagem é golpeado em seguida ou o desvio de um soco não acontece e, de quebra, seu herói acaba levando uma surra não esperada.
Outro ponto negativo e que também já é bem comum na série é a dublagem. Não que o trabalho dos profissionais envolvidos seja ruim, do contrário, são até muito bons, mas o que irrita um pouco é ver que o trabalho oi feito pela metade. Enquanto os personagens principais e secundários falam em português, o restante dos NPCs nas ruas só soltam frases em inglês. Isso atrapalha um pouco, até porque, é dificil desligar a chave do português e entender o que os NPCs estão falando ao mesmo tempo. Quando se está um silêncio, até facilita, mas quando os dois idiomas se unem fica mais difícil de entender até para quem é fluente nas duas línguas.
Nota: 9
[Syndicate é o mais próximo que a série Assassin’s Creed chegou da saga de Ezio Auditore, seja na primazia técnica, seja na evolução ainda constante dos controles. Se antes já era bom controlar o sem sal protagonista Arno, agora a dupla de irmãos Jacob e Evie são ainda mais divertidos de jogar, graças a um novo sistema de batalha que privilegia o conbate corpo a corpo com socos de Jacob ou a furtividade de sua irmã. Além disso, os cenários e os personagens secundários, bem como os vilões são muito carismáticos e a história rola com uma fluidez que há tempos não se vê na série. É o melhor capítulo desde Assassin’s Creed II, o que vamos combinar, não é pouco].