
Traumas, tiros e uma Deusa Hipopótamo falante. Eis que chegamos ao quarto episódio de Cavaleiro da Lua.
Se por um lado o enredo anda a passos de tartaruga, o interessante fica pelo que acontece dentro da mente do personagem principal.
Nesses 53 minutos tivemos duas partes bem distintas. Primeiro, um começo bem fraco no estilo Tomb Raider ou Xena- A Princesa Guerreira (Lembra dessa série?) e que foi comicamente representado quando Marc assistia o programa do Dr. Steven Grant no hospício, para depois vermos uma segunda parte muito mais interessante após Marc ser alvejado.
Primeiro, eu nunca vi um personagem se esconder tão mal como Layla. Tanto dentro do carro no deserto, quanto atrás do altar, era praticamente impossível não enxerga-la. Após essa improvável fuga, a dupla invade a tumba descoberta por Harrow e chega primeiro ao sarcófago do imperador Alexandre, O Grande, onde estava escondida a estátua de Ammit.
Claro que Harrow tinha todo o ambiente controlado. Primeiro contou toda a verdade sobre a morte do pai para Layla, depois permitiu que Marc encontrasse a estatua para simplesmente tomar para ele depois. Ótimo plano. Por fim ainda atirou em Marc duas vezes no peito (um tiro para cada personalidade?) que sem os poderes de konshu que está aprisionado, fica entre a vida e a morte até onde sabemos.
Aqui começa a parte realmente interessante desse capitulo. Após os tiros, Marc acorda em um Instituto, amarrado pelo pé como em sua primeira aparição na série, e começa a perceber que todos os elementos ligados aos últimos dias estão expostos de uma forma ou outra. Fotos, pessoas, acontecimentos, tudo espalhado em pequenas explicações como se ele tivesse sonhado ou delirado tudo isso.
Antes de me aprofundar, vamos deixar algo claro. Toda essa cena dentro do Hospital está acontecendo dentro da mente de Marc. É a segunda vez que Marc foi baleado e devido ao seu transtorno Dissociativo, sua maneira de lidar com traumas é criando escapes. Nesse caso, a forma de lidar com essa morte quase iminente é criar uma realidade de aceitação, uma alucinação protetora que permita suportar a dor.
Esse cenário é um surto mental, que explica como Marc e Steven conseguem conviver no mesmo espaço físico. É o mesmo caso das aparições de Konshu, que somente o avatar consegue enxergar.
Após fugir do consultório do doutor Harrow, Marc acaba conseguindo libertar Steven, porém ao passar pelo sarcófago vermelho (Lockley) resolvem não abri-lo, até pq nenhuma das duas personalidades sabem ou aceitam a existência de uma terceira. Na tentativa de fuga do Hospital, os dois acabam por encontrar Taweret, uma deusa Hipopótamo associada ao renascimento. Alias Marc e Steve tentam fugir do hospital porque sua consciência está rejeitando a realidade criada pelo seu subconsciente. Pensa em uma situação complexa.
Certezas e teorias:
- O principal foco da história na verdade é somente o entendimento das personalidades para conviverem juntas em um ser humano funcional. Portanto, toda essa corrida sobre Ammit é só pra encerrar o arco do Harrow.
- O blá blá blá sobre a história egípcia continua porcamente explicado assim como essa história dos Deuses. Devem ter uns 4 mil deuses já mencionados no MCU.
- Steven romanticamente envolvido com Layla foi fácil de prever, mas é uma historia bem moralmente duvidosa.
- O único jeito de fugir do hospital psiquiátrico será uma auto avaliação e aceitação completa de quem ele é. Steven terá que entender ser um fragmento da personalidade de Marc, assim como entender que sua missão de vida é ser avatar de Konshu. E acredito que esse será o papel da Hipopótamo simpática.
O próximo episódio é o penúltimo da temporada. Se seguir o modelo da séries do MCU na Disney, será o momento em que as repostas serão dadas. Como a série vem crescendo em qualidade fica a expectativa para o melhor que veremos neste primeiro ciclo. Não deixe de acompanhar as análises da série no nosso canal e muitas outras novidades.
Cavaleiro da Lua: EP. 04
Plataforma: Disney Plus
Data: 20/04/2022
Nota: 8.5 /10