Celular top da Asus, Zenfone 2 mostra sua força em games

Desde os meus tempos de micreiro, sempre fui fã da ASUS. Aliás, eu até podia ficar na dúvida de qual processador comprar,  mas a marca da placa-mãe já tinha a resposta “no automático”: só podia ser dessa taiwanesa que hoje é ainda mais forte no segmento gamer com a linha RoG (Republic of Gamers) e sua linha parruda de GeForce GTX. Não há muito tempo, os caras resolveram se lançar em outro nicho: o dos celulares. E eis que o Zenfone 2 chegou em minhas mãos para testá-lo. E confesso: foi amor à primeira vista.

Falando o português BEM CLARO: o Zenfone 2 é fantástico e me surpreende a cada dia. Ou a cada hora que resolvo explorá-lo mais. É o tipo do produto que, apesar de você já esperar por algo bom, ele te entrega ainda mais surpresas incríveis. E vamos à elas, claro, dando prioridade para o que mais importa ao leitor do Kapoow, que é a sua performance nos games.

Hardware

Primeiro, o que mais importa: o modelo testado é o mais top, de 4GB de RAM. Sério, é muita memória para um celular. Se já não bastasse o processador 64 bits da Intel de quatro núcleos à 2,3 GHZ, o smart da ASUS se destaca ainda por um conjunto incrível de fatores: memória de 32GB (ok, a versão top daqui possui 256 GB, mas temos entrada para cartão SD de até 64 GB, então não vamos reclamar de espaço) e uma tela 5,5 LED fullHD (1080×1920 pixels) com Gorilla Glass 3 e revestimento especial anti-dedadas).

Isso significa que, em todos os testes práticos que realizamos o danado se saiu muito bem. Veja abaixo o que testamos:

Modern Combat 5 (Gameloft)

A Gameloft fez bonito no gráfico de Modern Combat 5. E o Zenfone rodou o jogo com todos os efeitos ligados, até essa iluminação bacaninha que lembra os reflexos de luz usados em ZombieU, do Wii U. E não deu uma travadinha, nem mesmo quando o cenário começou a se desmontar com explosões ao mesmo tempo que jatos de sangue espirravam dos rostos que eu acertava com a minha metranca.

Need for Speed – No Limits (EA)

Tenho um Moto G2, mas, apesar do celular baratinho e guerreiro da Motorola enganar bem, a verdade é que ele nunca conseguiu rodar Need for Speed – No Limits na velocidade que eu imaginava que o jogo tinha. O Zenfone 2 proporcionou uma experiência de jogo muito diferente, pois, além do visual lindo das ruas noturnas que o MotoG2 já me oferecia, o framerate é outro e a sensação de velocidade é muito maior. Fora que as travadinhas, tão comuns no meu smart da Motorola nem deram as caras.

Real Racing (EA)

Outro jogo lindão, Real Racing também seguiu os passos do Need for Speed: o gráfico, que já era bonito, ficou ainda melhor rodando com um framerate suave e constante.

Jogos casuais e Benchmark

Se em jogos mais pesados, o Zenfone 2 se mostrou uma opção perfeita para games, em jogos casuais não há nem o que dizer. Em nossos testes, rodamos, ao mesmo tempo, em multitarefas os jogos Aventura Vertical (foto ao lado), Batalha de Monstros, Kabuto Force (ambos da Playspot). E, não importava quantas vezes eu mudava a janela de cada jogo, o celular não esquentava absurdamente e não perdia rendimento de forma alguma. O mais impressionante é que, mesmo após incluir novas janelas de jogos mais pesados, como N.O.V.A. 3 (Gameloft), Real Racing (EA), Asphalt 8 (Gameloft) e Sonic Racing Transformed (Sega), o danadinho se manteve em pé, com o mesmo rendimento de quem estava rodando apenas um jogo. Pode até parecer mera perfumaria à primeira vista, mas os 4GB de RAM oferecidos na versão topo de linha do Zenfone 2 prova o contrário no dia a dia. E posso dizer isso com muita tranquilidade, pois o Android Lollipop estragou completamente a performance do MotoG2 e, rodando no Zenfone 2, nem parece que o mais recente S.O. do Google é tão pesado assim.

Agora, vamos ver como ele se saiu no benchmark:

Esse vídeo, do L BS no Youtube mostra o poder do Zenfone 2 no multitarefa. E ele carrega MUITOS jogos pesados ao mesmo tempo. Fiz esse mesmo teste aqui para comprovar e sim, é verdade:

Vale lembrar, e isso é muito importante: no passado, os processadores Atom não se davam muito bem com apps de Android e muitos não rodavam bem ou simplesmente não funcionavam. Com o Zenfone 2, entretanto, não tivemos problemas com jogo ou aplicativo algum. Ok, tivemos sim, só com um dos testes de benchmark,o Slingshot não funcionou, mas o motivo e até óbvio: ele foi feito para rodar em processadores Snapdragon, que é o mais tradicional entre os celulares do robozinho verde. Tanto que rodou normalmente no Zenfone Selfie.

Som

Outro ponto importante para um celular com funções multimídia é o som. Sem entrar em termos técnicos, resumo que o Zenfone 2 cumpre bem sua função de tocador de Spotify e MP3 player, com sons bem nítidos mesmo em uma altura máxima o suficiente para incomodar. Nem recomendo usá-lo no volume máximo, pois pode complicar sua audição no futuro. E, se é bom para ouvir música, nos games também ele se sai bem. =)

E isso acontece também, em partes, graças ao fone ZenEar, que acopanha o smartphone. Auricular, ele se encaixa bem no ouvido e tem um formato um tanto esquisito, mas que com o tempo se mostra bem eficiente ao não se soltar facilmente. E com um som impecável, não deixa nada a desejar para fones estereo do mesmo estilo vendidos por aí, como os da Sony ou Philips. Claro, ele tem e simula apenas dois canais, logo, não espere nada alem disso.

Bateria

Com 3.000 mAh fixa (não removível), o Zenfone 2 tem um rendimento ok, com 8 a 12 horas em uso intensivo de jogo e apps, o que o coloca no nível de seus competidores tops e acima do Moto G2, que faço a comparação por ter testado por mais tempo. O que surpreende, porém, é o tempo rápido de recarregamento.

De acordo com o Tom’s Guide, o smartphone da Asus levou a melhor sobre o iPhone 6 e Galaxy S6 na marca dos 5 minutos, com 17% de bateria carregada. Em segundo lugar, empatados, vêm o Nexus 6 e OnePlus 2, ambos com 12%. Nos 15 minutos, o Zenfone 2 teve 32% de recarga mais rápida, seguido de perto pelo Galaxy S6, com 27%. Por fim, nos 30 minutos, Zenfone 2 e S6 estavam empatados com 53% de carga cada um. Segurando a lanterninha ficaram o iPhone 6 (com 6%, 20% e 36%, respectivamente) e o OnePlus 2 (12%, 20% e 34%).

Câmera

Com 13 mp (o que nem é muito para um celular Top, já que o “baratinho” MotoG 3 também tem a mesma coisa), o Zenfone 2 surpreende positivamente pelo desempenho da sua câmera.

Para começar, ela tem  um sistema manual muito parecido com as equalizações de imagens feitas em câmeras profissionais: desde configuração de ISO, exposição, balanço de branco, foco etc.

As fotos saem muito belas, graças ao software de captura muito bem otimizado e repleto de recursos. Destaco quatro: os dois modos específicos para ambiente noturno e com pouca luz e, caras, foi o primeiro celular que testei até hoje que conseguiu tirar fotos bonitas em ambientes sem uma iluminação no mínimo razoável. E também o Super Resolução, que permite dar zoom enorme sem perder (muito) a qualidade da imagem.

Veja os exemplos na galeria abaixo:

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Design

O Zenfone 2 é um elular muito bonito e imponente. Com sua tela de 5,5 polegadas ele é grande, o que é ótimo para ver filmes e jogar, mas um tanto desconfortável para digitar com uma mão só. Sua traseira possui uma capinha emborrachada que simula aço escovado em diversas cores, do cinza ao vermelho (a versão recebida pelo Kapoow é exatamente essa cinza da galera abaixo e a que considero mais bonita) .  O botão ligar está na parte superior, mas isso pode ser substituído por dois toques simples na tela. E os volumes estão atrás, abaixco da câmera.

O ponto negativo fica com o painel inferior, onde estão os três botoes tradicionais de home e menus do Android. Ela é touch e bem precisa, mas não é retroiluminada. Na escuridão, você tem que simplesmente deduzir onde estão os botões e isso provavelmente será revisto na próxima versão do aparelho.

Vamos falar de preços…

Ok, agora a parte boa. Ele é realmente barato para o que oferece. Você pode comparar o preço de todas as versões na tabela abaixo. E, para saber a diferença entre cada uma delas, veja nossa matéria especial do evento de lançamento dele.

* Versão testada pelo Kapoow, getilmente cedida pela assessoria de imprensa da ASUS.

Nota: 10

[Tirando a mancada do painel inferior dos menus não ser retroiluminado, o Zenfone 2 é um aparelho impecável e ótimo para games. Hoje, é o celular que recomendo a todos, não só pela oferta incrível do hardware, mas principalmente pelo custo-benefício. Com 32GB de memória, processador quadcore de 2,3 GHZ a 64 Bits, ele é melhor que muito computador pessoal ainda vendido em lojas e roda um Android extremamente otimizado para ele. Seu desempenho em jogos e emuladores e seu incrível software de câmeras faz dele uma opção muito simples de ser feita.]

Em breve, mais matérias sobre o Zenfone 2. Faremos mais dois textos, um comparando o Zenfone 2 com o Zenfone 2 Selfie em rendimento para jogos e a última, sobre o cardboard VR rodando nele. Sim, ele roda apps em realidade virtual. =)

Andre Forte

Macaco velho – e careca – na indústria de games, é jornalista e cobre essa área há mais de dez anos. Além de ter colaborado com a maioria das revistas de games na última década, começou na finada EGM Brasil, foi também repórter do UOL Jogos e executivo de contas de Mobile na Electronic Arts. Fã declarado de retrogaming, participou ativamente da criação e lançamento da revista Old!Gamer. Forte, para os amigos, ama games esportivos, de ação e de luta.

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