
A internet está infestada de listas… É top 10 para cá… Top 20 pra lá… Top 100 acolá. Todas costumam ser bastante polêmicas, pois é impossível que a opinião de um ou alguns reflita a verdade absoluta de todos. Por isso, resolvi fazer uma lista diferente. Ao invés de afirmar que esses ou aqueles jogos são os melhores que existem em determinada categoria, proponho aqui apresentar a vocês cinco games de destaque em suas gerações, que acredito que divertiriam a todos que se aventurassem neles. Os jogos foram selecionados de forma a contemplar várias gerações de videogames. E aí?! topa embarcar nessa jornada?
Tartarugas! (Odyssey)
Jogo da Konami lançado nos Arcades em 1981 nos Estados Unidos com o nome de “Turpin”, Tartarugas recebeu um excelente port para o Odyssey em 1983, pelas mãos da Magnavox. É um joguinho de labirinto como tantos outros da época, graças ao grande sucesso de Pac-Man, da Namco. Porém, Tartarugas conseguiu criar sua própria personalidade, com um estilo de jogo diferente, que envolve boas pitadas de estratégia e habilidade do jogador.
O objetivo é resgatar os filhotes de tartaruga nos diversos andares de um prédio. Enquanto você entra nos “cômodos” desse prédio, representados pelos quadrados com um ponto de interrogação dentro, tentando localizar seus filhotes, diversos inimigos (que eu costumava chamar de besouros) tentam melar seu jogo. O bom é que se pode atacar os besouros sempre que a tartaruga pega um item em formato de “x” (afinal, estamos falando do Odyssey – risos) que fica no centro da tela. A tartaruga basicamente “caga” esse “x” em cima do besouro e o desabilita por algum tempo. Os besouros mudam de cor à medida que o tempo corre, passando de azul, para amarelo e vermelho, momento em que ficam bastante rápidos e espertos.
O prédio possui diversos andares, sendo no total 5 labirintos diferentes. Após passar pelo último, você volta para o primeiro e começa tudo de novo, com dificuldade aumentada, algo comum na época, pois eram raros os jogos daquele tempo que tinham fim. Era uma época em que os placares ditavam os objetivos dos jogadores. Quem fazia a maior pontuação (o “High Score”) se tornava o rei dentro do game. Tartarugas é com certeza um dos melhores jogos do Odyssey (Ops!!! Disse que não falaria esse tipo de frase para não criar polêmica… Ah, mas só dessa vez não tem problema).
Double Dragon 2: The Revenge (NES)
Jogo feito pela Technos Japan e lançado pela Acclaim nos Estados Unidos em janeiro de 1990, Double Dragon 2 é um game de luta no estilo beat’n up conhecido na época como “luta de rua” aqui no Brasil. Trata-se de mais um port dos fliperamas e a versão de NES conseguiu ficar melhor do que o original. Com gráficos excelentes e jogabilidade afinada, o game possui um esquema de controle diferente do tradicional, baseado em outro game da Technos Japan chamado Renegade, onde os botões realizam determinado movimento sempre com base na direção a qual o personagem está virado. Difícil explicar isso escrevendo, hein?! De qualquer forma, não é algo que irá atrapalhar o jogador, que consegue se adaptar a esse esquema rapidamente.
As músicas do game são sensacionais. Os desenvolvedores utilizaram a boa qualidade de som do NES para criar uma trilha sonora inesquecível. É disparada uma das minhas trilhas preferidas, daquelas que você baixa no youtube e deixa tocando em um momento relax.
Ao contrário do primeiro Double Dragon do NES, Double Dragon 2 traz a possiblidade de dois jogadores simultâneos, o que era exigência dos gamers na época, que ficaram bastante frustrados com o primeiro game ter sido apenas single player. Essa foi outra importante razão para o game ser tão revolucionário para os proprietários do NES.
Em alguns momentos do jogo, alguns pulos em plataformas são bastante complicados, rendendo as famosas “cheap death” – mortes fáceis – que tanto irritam ao jogador. Mas nem isso consegue tirar a graça do game, que é o melhor Beat’n up do NES e um dos melhores de todos os consoles (Xiii… Fiz de novo…). O game também foi lançado para PC Engine CD em uma versão muito boa e para Mega Drive, em uma versão bem meia boca. A verdade é uma só: Double Dragon 2 no NES é um clássico obrigatório para qualquer retrogamer.
Road Avenger (Sega CD)
Road Avenger é um dos maiores clássicos e representantes do gênero Full Motion Video. O pior é que geralmente fica esquecido, na sombra de jogos como Dragon’s Lair e Night Trap. O game foi criado pela Data East nos arcades e produzido pela Wolf Team para o Sega CD, sendo lançado nos Estados Unidos em 1993. Os games em Full Motion Video eram muito comuns na época do Sega CD. Eles nada mais são que uma espécie de filme interativo, onde as opções de interatividade geralmente não eram muitas.
O diferencial de Road Avenger era o seu enredo. Apesar de possuir uma história bem clichê, onde uma gangue mata sua esposa e você sai em busca de vingança com seu carrão turbo, no melhor estilo Mad Max, o game já conquista o jogador logo na abertura. Uma animação muito bem feita, com uma música simplesmente sensacional de uma desconhecida banda japonesa chamada Jaywalk. Lembro que assistia várias vezes a essa apresentação, só pra ouvir a música e entrar no ritmo do game. É o tipo de coisa que prende o jogador ao game. E esse bom desenvolvimento da história segue durante todo o game.
Assim como Double Dragon 2, este game é outro caso de jogo cuja conversão ficou melhor que o original do arcade. É claro que os gráficos do Sega CD não conseguem manter o nível do arcade, que usava tecnologia Laserdisc. Em compensação a jogabilidade melhorou bastante, com nível de dificuldade balanceado que não cansa o jogador. Detalhe: mesmo sendo um jogo extremamente vertical, pois uma vez terminado o game, não há mais supresas, você sempre vai querer jogar ele mais uma vez.
A trilha sonora foi toda refeita para esta versão, desde a excelente música da apresentação, até todas as músicas in game. A melhora no som não ficou apenas nas músicas. Os efeitos sonoros também ficaram bem mais agradáveis aos ouvidos. Excelente trabalho da Wolf Team. O game também foi lançado em conversões idênticas ao do arcade para Laseractive, Playstation e Saturn, mas mesmo perdendo graficamente, a versão do Sega CD se mantém no topo pela trilha sonora exclusiva e controles mais precisos.
Power Drift (Saturn)
Power Drift é um game criado pela SEGA em 1988 nos arcades e lançado no Saturn (exclusivamente no Japão) dez anos depois, com a label Sega Ages, que tinha o objetivo de trazer para o Saturn os grandes clássicos da SEGA dos fliperamas. Eu adorava jogar esse game nos arcades na década de 90 e ao saber que o game foi lançado para o Saturn, saí na caça do jogo, que aliás, é bem raro de se encontrar hoje em dia.
Como os demais títulos da Sega Ages para o Saturn, Power Drift foi uma conversão perfeita dos arcades, porém com um detalhe: a jogabilidade não ficou tão boa quanto no game original, pois no fliperama o game era jogado em cabine com volante e pedais e ao transportar o game para um console caseiro, com controle tradicional, parece que não houve aquele capricho na programação para promover essa mudança.
Trata-se de um game pioneiro no gênero de corrida de kart, com qualidades gráficas espetaculares para a época do arcade original, como efeitos de scalling e rotação, bem ao estilo SEGA. O jogo é recheado de personagens bem humorados, que adoram tirar sarro de quem se dá mal na pista. Falando em pista, o game possui 5 circuitos, todos desafiadores e rápidos, tão velozes que chegam a lembrar uma montanha russa em determinados momentos. O game também foi lançado para diversos computadores da época, bem como para PC Engine (em uma versão bem limitada) e Sega Dreamcast na compilação Yu Suzuki Game Works Vol. 1.
Power Drift é um Jogo não muito conhecido da SEGA que tem imensas doses de diversão. Caso tenha a chance, não deixe de conferir, mesmo com a jogabilidade mais travada dessa versão de Saturn, decididamente é um jogo que vale a pena!
ZombiU (Wii U)
Zombi U é um game criado pela Ubisoft em 2012 para ser o carro chefe do Nintendo Wii U na sua linha inicial de lançamento. Com certeza foi pensado para mostrar que ao contrário do Wii, desta vez o console da Nintendo serviria não só ao público mais infantil ou de gamers casuais, mas também aos jogadores mais hardcore.
O game é um survival horror de primeira. Aí você pensa: survival horror é um gênero totalmente batido que já chegou à exaustão… E não é que a Ubisoft conseguiu inovar? No game você é um sobrevivente em meio a um apocalipse zumbi na cidade de Londres. Ajudado por outro sobrevivente, que controla o sistema de câmeras da cidade, você tenta de todas as formas sobreviver nesse caos. Até aí nada de diferente, certo? Em termos… O diferencial está na morte… Se seu personagem morre no jogo, você não volta a jogar com ele. Você passa a controlar outro sobrevivente e pode inclusive cruzar com o corpo do seu antigo personagem e recolher todos os itens que você tinha com ele. Se quiser, você pode optar pelo modo de jogo tradicional, em que sempre irá jogar com o mesmo personagem.
Os gráficos são excelentes, no estilo dos melhores jogos de Xbox 360 e Playstation 3, ficando assim dentro das limitações do Wii U, ainda mais se levarmos em consideração de que se trata da linha inicial de games do console e provavelmente ele ainda tem muito a evoluir. Aliás, provavelmente não. Já temos demonstrações claras de que o Wii U não é tão fraco quanto parecia ser. Basta ver a obra prima Bayonetta 2, que está arrebentando!!
Voltando ao ZombiU, em diversos momentos o game produz sustos em quem está jogando. Fazia tempo, aliás, que um game não me causava esse tipo de sensação. ZombiU é um jogo obrigatório pra quem investiu no console de nova geração da Nintendo, ainda mais hoje em que pode ser achado com ótimo preço no mercado.
Espero que tenham curtido essa lista diferente. E caso algum jogo dos apresentados aqui seja desconhecido para você, se aventure nele! E depois conte para nós o que achou. Ah, fiz um review desses games também no meu canal do youtube. Não deixem de assistir no meio do vídeo a apresentação (na íntegra) do Road Avenger. Daqui duas semanas volto com mais uma matéria aqui no Kapoow pra vocês. Até lá!