
Enola Holmes, a suposta irmã do mais famoso detetive da ficção, ganhou um bom filme na Netflix no final de setembro!
Trazendo contexto ao texto, nos escritos de Conan Doyle, Sherlock Holmes nunca teve uma irmã e sim apenas um irmão mais velho, Mycroft. Enola Holmes surge apenas em 2006, como uma FanFic (em português, literalmente, “ficção de fã”), uma narrativa ficcional, escrita e divulgada pela fã norte-americana Nancy Springer.
Baseado no primeiro livro da autora, O caso do marquês desaparecido, o filme da Netflix narra as aventuras de uma garota que, no dia de seu aniversário de 16 anos, descobre que sua mãe nada convencional desapareceu. Enola (Millie Bobby Brown) foi o nome escolhido por sua mãe (Helena Bonham Carter) como um anagrama, jogo de palavras, que ao contrário significa alone, sozinha, dizendo que ela se viraria bem sozinha na vida, mas será mesmo este significado? rs Na verdade, aprendeu com ela que poderia ser quem quisesse. Nosso futuro depende de nós e você pode seguir dois caminhos: o seu ou o que os outros escolhem para você.
Para resolver o caso, pede ajuda de seus irmãos, mas a ideia de Mycroft (Sam Clafin) é que ela aprenda os “bons costumes” em um rígido internato, enquanto Sherlock (Henry Cavill) parece não se importar muito com o assunto. Descobre inteligentes pistas deixadas por sua mãe, foge de casa e de seus irmãos para trilhar seu caminho.
Durante a fuga, no trem encontra o jovem Visconde Tewkesbury e Lorde Tewkesbury (Louis Partridge) que também está fugindo de sua família, que queria o obrigar a se tornar um militar.
Chega a Londres, onde acaba não encontrando sua mãe, mas se encontrando.
Seguindo sua educação vinda de sua mãe, resolve o caso do Visconde como uma tentativa de homicídio e uma tentativa de frear o movimento feminista, da qual sua mãe faz parte secretamente, lutando pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Lacração força a barra? Historicamente não. Se para o criador de Sherlock ele viveu em Londres, no apartamento 221B da Baker Street, entre os anos 1881 e 1903, ele provavelmente deveria ter contato com a Primeira Onda Feminista que explodia neste período e avançou até o século XX. Ganharam destaque pelo mundo e passaram a contestar o poder político, já que até então as mulheres eram proibidas de votar e eleger seus representantes, mas lutavam também por direitos sexuais, econômicos e reprodutivos.
Além desta polêmica bandeira, há um rolo enorme que passou até para os tribunais. A família de Conan Doyle está processando a Netflix por violação de direitos autorais e também a escritora do livro, pois a versão de um um Sherlock mais humano e menos metódico é domínio privado e não público. E isto com um Henry Cavill muito discreto, quase imperceptível no filme, mesmo interpretando o mais famoso detetive do mundo.
Alguns milhõeszinhos irão rolar, eim?
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É preciso fazer barulho se quisermos ser ouvidos!
ENOLA HOLMES
ANO: 2020
DISTRIBUIÇÃO: Netflix
DIREÇÃO: Harry Bradbeer
ELENCO: Millie Bobby Brown, Helena Bonham Carter, Sam Clafin, Henry Cavill e Louis Partridge.
NOTA: 8,5/10