
Muito se disse nos últimos meses sobre “Titanfall”. Alguns inclusive apostam que será a carta na manga da Microsoft para virar o jogo neste início de geração. Será? Será que um único jogo conseguiria tamanha façanha? Será que teremos um novo “Halo: Combat evolved” em mãos?
Consegui acesso ao beta e joguei algumas boas partidas de “Titanfall”. E minha impressão é… trata-se de algo realmente revolucionário, subverte o gênero FPS e traz novidades interessantíssimas para a nova geração.
Para quem ainda não sabe, vou resumir: “Titanfall” é o novo jogo dos ex-responsáveis por “CoD: Modern Warfare”, o jogo que ditou as regras para o que se espera de um FPS moderno e transformou a série no destruidor de recordes e máquina de fazer dinheiro que conhecemos. Por razões diversas, esta equipe abandonou a IW e criou seu próprio estúdio, o Respawn. E “Titanfall” é seu primeiro jogo. Entendeu o burburinho?
Tutorial? Você precisa, vai por mim…
Logo no começo, uma supresa chata: O jogo não conseguia entrar em lobby multiplayer. Perdi preciosos minutos olhando para uma tela de conexão. Até descobrir que era possível mudar o servidor utilizado (espero que, na versão final, isto seja automático!) e conseguir uma partida. E, ao finalmente entrar numa partida, sou primeiro dirigido a um tutorial.
Como assim, tutorial em um deathmatch de FPS? Qualquer idiota sabe jogar um FPS, é só descobrir qual o botão de tiro, granada, agachar e correr, certo?
Errado. Muito, muito errado. Em “Titanfall”, como descobri rapidamente ao jogar a primeira partida, o foco do jogo sai do solo, e passa a estar em todo lugar. Seus personagens na versão humana (“pilotos”) são tão acrobatas quanto aos personagens de “Assassin´s Creed”, “Mirror´s Edge” ou “Crackdown”. Talvez até um pouco mais. Então, ao sair do ponto A para o ponto B , se você tentar ir andando pelas ruas, no chão, rapidamente será metralhado por quem já entendeu que o melhor caminho entre dois pontos é passando por cima dos prédios na sua frente.
Isto mesmo: Em “Titanfall” a exploração tridimensional do terreno é intuitiva e muito fácil. Seu personagem consegue fazer um “parkour turbo”, subir paredes, correr em muros e dar saltos incríveis, tudo em velocidades altíssimas. Então se acostume a correr, subir numa parede, entrar por uma janela, atravessar correndo o andar do prédio (matando um desavisado que estava de tocaia), pular da janela para o teto de uma casa do outro lado da rua e, de lá, pular na cabeça de um Titan inimigo.
Um mecha pra chamar de seu
Ah, os Titans! O grande charme do jogo, Mechas gigantes armados até os dentes, cada jogador com um para chamar de seu.
E, o mais incrível, balanceados. Um jogador em um Mecha gigante não é invencível. Muito pelo contrário – ao não conseguir fazer parkour, ou entrar em ambientes para se proteger, um Titan está sempre, SEMPRE vulnerável. E como todo jogador tem seu Titan, que se regenera em poucos minutos, ninguém está à salvo.
Esta, inclusive, é a grande beleza de “Titanfall”, e o que o faz ser tão bom – o cuidado extremo com o balanceamento de armas e personagens. Como todo CoD, existem “presets” de armas para jogadores, baseados no estilo de jogo de cada um. Todos cuidadosamente balanceados entre si, e entre os Titans. As armas tem seu ponto fraco e forte, os Perks idem, os Titans idem. Então, ao escolher jogar com um assassino que tem uma arma com bala teleguiada, não se anime – a arma é um revólver, o que te força a estar sempre perto, e a taxa de tiro é baixa. E se seu inimigo tiver uma metralhadora, ele consegue te matar antes.
Não tive acesso a muitas armas diferentes por enquanto (apenas 5 ou 6, incluindo rifle sniper, metralhadoras e pistolas), mas fica muito claro o ponto forte e fraco de cada uma delas. E algo que ajuda ainda ainda mais a balancear o jogo: Todo jogador começa com duas armas, como já é rotina nos FPS, mas também com uma arma específica para derrubar Titans.
E os Titans, por sua vez, também apresentam não apenas variações de armas como armas secundárias. Nos que tive acesso, um “escudo magnético” que permitia capturar as balas de outros Titans e jogar as mesmas contra eles. Além disto, o equivalente a uma granada: Uma saraivada de mísseis de alto poder destrutivo, mas que só pode ser usada poucas vezes e precisa de uma longa recarga.
Estão disponíveis em um primeiro momento três modos de jogo: Os clássicos Team Deathmatch de dois times , um equivalente a “Domination” ou “King of the hill”, em que o objetivo é tomar um território demarcado, e um modo “sobrevivente”, sem respawn, em que o último sobrevivente vence.
6×6. E não é pouco, acredite
Em qualquer um deles as batalhas são feéricas, muito intensas, com diversos Titans trocando tiros entre si com jogadores à pé dando apoio e se matando uns aos outros, do chão e do teto, de janelas e detrás de muros. Batalhas enormes e divertidíssimas, que disfarçam o fato de cada partida ter apenas 12 jogadores humanos.
Sim, são apenas 12 jogadores, em dois times de 6. Mas o jogo é populado por “bots”, inteligentes o suficiente para dar trabalho, para ajudar ou se tornar um alvo decente. De acordo com o pessoal da Respawn, foi uma escolha consciente de design, para equilibrar o jogo e o deixar mais atraente para todos os níveis de jogador.
O que é verdade! Na minha primeira partida, mesmo jogando contra diversos usuários (já) bem mais experientes, alguns com nível 12, eu não senti de forma alguma que era “o n00b pato”. Depois dos primeiros minutos em que sentia o estilo do jogo, as partidas se tornam naturais, equilibradas e muito, muito agradáveis.
Os cenários são amplos e bonitos, com os já tradicionais belos efeitos de luz e partículas, e muita correria. Os Titans são muito bem modelados e a movimentação dos personagens, mesmo no auge da confusão, é sempre fluida e natural.
Resumindo: “Titanfall” vai salvar o Xbox One? É claramente muito difícil dizer à partir de um beta limitado. Mas sem sombra de dúvidas o jogo tem chance de fazer barulho e se diferenciar (muito!) da multidão de FPS que invade os consoles. É um jogo divertido, equilibrado, bonito e que traz um ar fresco para o gênero, algo que era necessário.
O jogo consegue divertir mesmo o jogador inexperiente e dar nele aquela sensação de “eu sou um super-herói, eu sou o cara!”, algo que os FPS atuais só conseguem dar aos jogadores no terceiro prestige e com 100 horas de jogo. Só isto já é o suficiente para atrair uma multidão para dentro de seu próprio Titan. E, talvez, dar à Microsoft o oxigênio, e as boas notícias, que precisa.
“Titanfall” é surpreendente. Rápido, feérico, divertido e variado, com lutas equilibradas entre robôs gigantes e supersoldados, cenários amplos e batalhas que, sem exagero, não são nada menos que épicas. Um jogo fácil de gostar, fácil de se aprender e que, sem dúvidas, ainda vai fazer muito barulho pela frente. Corra atrás do Beta enquanto ainda é tempo!]
estou jogando o beta também no xbox one muito bom o jogo e ainda e o beta
Titanfall é “feérico”??? Oo
Estou com beta no PC e Xone, e digo,esse jogo é o que me fez ficar + tempo no Xbox ate hoje =) Com essa geração de COD totalmente BUGADOS, Titanfall vai puxar muitos jogadores por ser um FPS muito rapido! Frenetico!! Recomendo o game, embora no PC ainda em BETA os graficos estao melhores.. Lukaz ~ ADM Clan Insanes.. http://www.insanes.com.br
Agora que desenvolvi mais e conheci o Beta praticamente todo em termos de upgrades, o jogo vai ficando melhor, incrivelmente. Você consegue entrar rápido e já sentir que consegue fazer alguma coisa e é útil, mas ainda assim há o que se aprender no jogo.
Uma das formas mais interessantes de se destruir um Titan é subir nele, arrancar uma proteção e meter bala num ponto fraco. Só que não é exatamente fácil. Você tem que atirar muito, recarregando a arma algumas vezes. O piloto é avisado e pode sair do Titan para te impedir. Você pode ter um amigo de carona no seu Titan, obrigatoriamente outro piloto, que vai dificultar essa manobra. São muitas coisas complementares, malucas, estratégicas e divertidas que incluíram no jogo.
O fato das AIs serem robôs e não humanos também foi bem pensado. Há armas especiais para cuidar de AIs, mas que serão menos eficientes contra pilots. Você tem que montar seu loadout pensando em equilibrar tudo, ou deixar o que você é bom como melhor ainda.
A diferença de campo visual entre Titan e piloto é outra coisa que faz parte da dinâmica e do balanceamento do jogo. Enxergar um pilotinho nanico, mesmo perto de você, é foda. Há gadgets para facilitar isso, para terem uma ideia. Já como piloto você consegue enxergar melhor, pilotos e Titans, mas tem menor poder de fogo. Esse balanceamento funciona da mesma forma para a questão de movimentação e alcance de áreas com teto baixo ou corredores estreitos. Tudo se complementa, tudo é importante e pode ser útil, os elementos do jogo funcionam muito bem!
Fora as coisas legais que ocorrem. Ao fugir para a dropship após uma derrota, quando estávamos eu e mais dois chegando, um cara gritou “Eject and Guard Mode”. Eu não tinha visto isso ocorrer, mas entendi que deveria pular do Titan e o deixei guardando o pé do prédio. Três Titans, mesmo meio detonados, garantiram a fuga de 5 dos 6 do time!
Eu não sei se o jogo poderia ficar melhor com times maiores, mas esse número de 6 contra 6 funciona muito bem com o tamanho dos mapas e a presença de AI. Você não sente que o mapa está cheio demais, ficando sem como achar seu lugar na partida quando ocorre o respawn, tampouco sente que está vazio e precisa de andar 1km para conseguir alguma ação. Fora que deve ser muito mais fácil conseguir equipes com 6 pessoas sólidas que com 15 ou mais.
Acho que o Titanfall está como open beta também no PC. Se não tem Xbox One próximo, consiga um PC e experimente. É até amanhã apenas, mas dá para divertir muito!