
Ok, sabemos que um monte de sites já mostrou seus unboxings do Xbox One, mas o Kapoow também quer entrar nessa onda, mesmo que com um breve atraso. Afinal, queremos dar a nossa opinião sobre o que achamos do aparelho.
Para começar, nosso Xbox One é o Day-One edition, o que significa que é aquele modelo de pré-venda, com um controle personalizado com a frase…“Day-One Edition”! Quer saber se vale a pena investir nele logo nos primeiros meses? Ok, isso a gente deixa para falar no final, mesmo sabendo que os mais ansiosos podem simplesmente rolar a página e só ler aquilo. =)
A embalagem
A caixa da edição limitada é preta, ao contrário da embalagem do regular, que é verde. A caixa é parte fosca, parte “black piano” como o console e traz uma foto do Xbox, do controle e do Kinect do lado “matte” e o logo do Xbox One na parte “glossy”.
Há também os tradicionais avisos de fabricação, inclusive um sticker enorme do “produzido na zona franca de manaus”, motivo que a Sony deu para justificar os ultrajantes 4 mil reais cobrados no PS4.
Acessórios: Cadê o cabo composto?
Ao abrir a tampa, a primeira coisa que vemos é o kinect. Ele é bem menos delicado que o anterior, mais angular, maior. Passa uma sensação de robustez. O cabo é muito mais grosso do que o do seu antecessor, dando a impressão de ser um sugador de eletricidade.
O resto do espaço é ocupado por uma caixa menor, que ao ser aberta, revela os acessórios; cabo HDMI, fonte, headset, manuais, códigos resgatáveis e joystick.
O console só vem com um cabo HDMI; se você usa uma TV antiga para jogar, que não tenha HDMI, compre uma TV junto. Ainda fica mais barato que o PS4…
O headset tem aparência frágil e é apenas o essencial para um chat de voz. Se você quiser uma experiência completa com o headset, é melhor comprar um bom headset para jogos.
Todos os cabos acompanham o cabo do kinect, são bem grossos.
Depois de montado, ficam muitos fios fáceis de serem notados, muito aparentes e, cá entre nós, eles poderiam ser mais finos. A fonte possui acabamento meio matte, meio glossy como a caixa e é retangular. A fonte é bonita, muito bem acabada e ao ser ligada, possui uma luz laranja bem discreta.
O manual é verde, com a mesma aparência “windows 8” do sistema operacional do console. Também vieram dois códigos resgatáveis: um dando 14 dias de live gold (só?) e um que vale o achievement exclusivo dessa edição limitada.
O Controle: o melhor até agora!
Posso resumi-lo como uma versão melhorada do controle do 360; encaixa ainda melhor na mão, tem uma textura mais agradável e mais rugosa, que acaba proporcionando uma pegada mais eficiente mesmo com a mão suada.
O direcional digital é macio demais para o meu gosto, mas bem preciso. O analógico é perfeito. Muito responsivo e com uma textura a prova dos dedos mais suados. O force feedback independente nos dois botões de gatilho está na medida certa; é o suficiente para ser notado, sem ser forte ao ponto de deslocar o dedo.
Resumindo, é a melhoria do que já era perfeito. Apenas tome muito, mas muito cuidado com a tampa do compartimento de pilhas; é feita de umplástico fino, muito frágil, acho pouco provável que ela dure um ano sem quebrar.
O Console: feio, mas arrumadinho…
No fundo da caixa, o console. E um aparelho grande, imponente, também meio matte, meio glossy como o resto. Na frente, o único botão aparente é o eject do drive. O logo do Xbox é sensível ao toque e serve para ligar e desligar o console. Na lateral, temos uma porta USB de alta velocidade. Atrás, temos uma porta HDMI in, uma porta HDMI out, uma porta óptica, um sensor IR, uma entrada RJ45, duas portas USB de alta velocidade, a entrada para o Kinect e para a fonte.
O design lembra um videocassete dos anos 80; é um console feioso e a profusão de black piano promete um console muito arranhado daqui um ano. Por outro lado, o botãozinho de toque no formato do logo do Xbox é muito legal e eu fiquei me perguntando por que não implementaram isso nos consoles antigos.
Dashboard: Ainda é um beta…
A primeira coisa que vemos ao ligar o console pela primeira vez é um desenho do controle. Apertar o A do botão faz com que o console comece o boot, peça a cofiguração da rede e… PS3 feelings, pede um update.
O update é de cerca de 300MB e não demora muito para baixar, mas a atualização “per se” é assustadora. O console reboota várias vezes, as vezes chega a ficar uns 30 segundos apagado, dando aquele friozinho na barriga e aquela insegurança do “ih, brickou”. Depois do susto, chegam as telas de configuração.
A primeira coisa que o xbox pergunta é qual idioma você deseja usar. Se você colocar inglês, ele vai para a tela de região e te deixa escolher entre estados unidos, austrália, irlanda e reino unido, ou seja, se você é brasileiro e gosta do console em inglês, “mude” para um dos países acima.
Uma vez configurada a região/idioma, passamos para a tela da live. Nessa tela é possível migrar ou criar uma nova conta, bem como assinar a live. Se voce não quiser assinar a live, existe uma opção escondidinha no canto inferior direito.
O processo de criação é ‘automágico’: o console se vira sozinho sem nenhuma interferência e passa para o meio de pagamento. Lá você pode configurar um cartão de crédito para ser usado e caso você tenha optado por assinar a live, ele já faz a cobrança.
A próxima tela é a de configuração do kinect, onde ele reconhece seu rosto e pergunta se você deseja associar ao perfil criado. Se você colocar que sim, ele já anexa seu rosto ao perfil.
O videogame também configura automaticamente o microfone e o áudio, levando em conta o barulho do ambiente. No caso do meu quarto, ele levou em conta o barulho do ar condicionado.
Configurações feitas, você é apresentado à dash. Com um visual totalmente windows 8, a dash é simples de entender e se você tiver configurado o Kinect, o videogame estará pronto para aceitar os comandos de voz.
Aqui devemos fazer um paralelo entre a dash em português e a dash em inglês, pois a diferença é gritante:
- Em português:
Temos as apps da loja online, da TV, de vídeo, o IE, as configurações e, caso você tenha colocado algum jogo no drive, do jogo. Se você disser “Xbox, ajuda”, aparecerá uma lista de comandos que você pode dar para o videogame.
Em português somente estão disponíveis a de assistir TV, a de ir para a home e a de ir para aplicativos (incluindo jogos). O videogame entende o português perfeitamente, inclusive dito com falhas. Ele entendeu a minha filha de 4 anos, assim que ela conseguiu falar “équisbóquis”, no lugar de “ésquibóqui”. O console foi capaz de compreendê-la mesmo com a dicção “cebolinha” dela. O pouco que existe funciona excepcionalmente bem.
- Em inglês:
A quantidade de apps é muito maior. A dash chega a ficar poluída com todas elas. A quantidade de coisas que podem ser feitas por comando de voz é também muito maior quando comparada com a brasileira; é possível ligar e desligar o console e operar a TV. O Kinect entendeu o inglês de uma estrangeira, então acredito que ele entenderá muito bem o “inglês brasileiro” e suas nuances.
- Em ambas:
O nível de configuração da dash é incrível. Você pode fixar/remover qualquer app; além disso, existe uma loja de apps (ainda incipiente, claro) que no futuro poderá agregar mais funcionalidades ao console. Programar para ele é simples com o visual studio da microsoft. Eu mesma vou deixar um pouco o xcode, soprar a poeira do meu VS e brincar um pouquinho com o Xbox One em casa.
Por outro lado, encare a dash como um programa beta. Ela dá pau. Melhor, ela dá muito pau. A mensagem de erro será a mensagem que você mais irá ver no xbox. Se uma operação der pau, tente de novo, uma hora vai.
Comprando na loja do console
Usar a loja muito fácil; tudo é muito bem organizado e a compra se concretiza com um apertar de botão. Justamente por causa da facilidade, sugiro que quem tenha crianças que utilizem o console, que crie perfis separados, sem acesso à live, para elas. O Kinect troca ou carrega os perfis automaticamente, basta que a pessoa pare à frente do Kinect. Ele reconhece o rosto e faz a troca do perfil, automaticamente.
Comprei o Forza 5 e o VIP pass; ele processou o pagamento e já começou a baixar (37GB, tive PS3 feelings de novo). Assim como no WoW, é possível jogar enquanto ele vai baixando, mas a jogabilidade fica muito comprometida. No caso do Forza, pude criar o usuário e escolher um carro, mas para cada nova pista, eu tinha de esperar cerca de 5 minutos para o download ser completado. Atrapalha bastante, mas para quem já quer jogar, ao menos é melhor do que ter de esperar todo o download terminar.
Ele também enfilera os downloads; o VIP pass ficou como “aguardando” e logo após o install do Forza, começou a baixar. Tudo em background enquanto eu jogava.
Por fim, o tal Kinect 2…
O Kinect é muito sensível, detecta rostos com muita precisão e não exige mais uma quantidade enorme de espaço para funcionar. Instalei o Xbox One no meu quarto, para testar as funcionalidades da TV e ele me identifica, mesmo no espaço apertado.
Realmente melhorou bastante, mas agora é torcer para que as produtoras resolvam utilizá-lo mais em games hardcore, algo pouco explorado no primeiro modelo do sensor.
Conclusão:
Devo sair correndo para comprar um Xbox? Relaxe… Não compre agora. Espere a dash estabilizar, espere a live melhorar e, mais importante, espere mais jogos bacanas. Estamos preparando o review de três títulos do console, mas posso adiantar que nenhum deles vale a compra do console por enquanto.
Não corra para comprar, não se desepere, o aparelho está “meio beta” ainda, mas nada que não vá melhorar. E como sabemos que R$ 2.299,00 ainda é um preço tanto inacessível para a maioria dos brasileiros, o Xbox One pode sim, ficar em segundo plano até que todos esses problemas sejam resolvidos de fato.
Muito bom!
Excelente review, parabéns!