
Última fase do Master System. Acredite, você vai passar nervoso nessa, especificamente nessa sala.
E aqui me pego, de novo, falando de um indie game que infelizmente não fez o sucesso que merecia. O metascore de “Life of Pixel” é péssimo, basicamente porque ele tem apenas quatro reviews, e é realmente uma pena que quase ninguém tenha jogado ou ouvido falar dele. Eu mesmo só conheci porque um amigo achou, aleatoriamente, procurando por vídeos de Spectrum no youtube. Não houve marketing algum, existem poucos vídeos sobre ele na internet e imagens são escassas.
Mas por que eu deveria dar atenção a um jogo desses, que ninguém jogou ou ouviu falar? Porque ele é muito bom!
Bom e Barato
“Life of Pixel” é um joguinho de US$ 2 da PSM (Playstation Mobile), aquela área da PSN que você acessa no Vita e que tem uns joguinhos bem fraquinhos e baratinhos. Eu já perdi bastante tempo e dinheiro lá, tentando encontrar um jogo que fosse bom, mas não achei nada que valesse muito a pena. “Rymdkapsel” parece interessante, mas eu quero que ele fique mais barato antes de eu comprar. Só que o Life of Pixel custa, de novo, 2 doletas, e eu garanto que é um preço mais que justo por um joguinho muito, mas muito interessante, especialmente se você é retrogamer ou se curte computadores europeus antigos.

Um pixel, diversos sistemas
No game, você é um pixel que se sente cansado em fazer parte da multidão, entra em um museu de videogames e começa a fazer parte dos jogos. Enredo simples, mas isso é o que menos importa nesse caso. Pixel então enfrentará fases temáticas do ZX81 (lançado aqui no Brasil como TK-85), Atari 2600, Spectrum (lançado aqui como TK-90X), BBC Micro, Amstrad CPC (especificamente o CPC464), o Commodore 64 (e eu sei que a Commodore é canadense), GameBoy tijolo, NES e, se você for esperto e hábil o suficiente pra pegar todos os itens secretos, há uma fase do Master System. A ausência óbvia aqui é o MSX, e isso é uma pena. Cada estágio tem 8 fases, totalizando 72. Algumas delas difíceis, outras nem tanto. Mas dá pra dizer que, na média, Life of Pixel é um jogo difícil. Consigo apostar que a última fase do Master System te fará passar nervoso.

O desenvolvedor foi caprichoso o suficiente para usar a paleta de cores correta dos respectivos aparelhos, os músicos também foram muito competentes nesse quesito. Tirando a jogabilidade rápida e ágil, Life of Pixel realmente parece um título antigo. A mecânica é simples: você anda e pula, nada além disso. Pegue todos os cristais e vá para a saída. Se quiser pegar a fase do Master System, e terminar 100% do jogo, sugiro que comece procurando aqueles cristais levemente diferentes que estão em todas as fases. É melhor que isso seja feito enquanto joga pela primeira vez, já que procurar os cristais depois de terminar o jogo deve ser bem mais complicado.
Mecânica simples, dificuldade nem tanto
Os inimigos são simples, com padrões de movimentação pouco complexas. Contudo, não há chefes de fase e nada além de pegar os cristais e achar a saída. Encostou em um espinho? Morreu e vai ter que começar a fase do início. Encostou em um inimigo? Morreu também, recomece a fase. Na verdade, o que vai acontecer com você o tempo todo é isso: morrer e recomeçar. Não há loading perceptível, então não se preocupe com tempo perdido.
No álbum abaixo, você confere algumas fases temáticas de diversas plataformas clássicas:
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Seu único ponto fraco é a longevidade. Eu fiz 100% em poucos dias (acho que em três ou quatro) e jogando pouco, no Vita. Mas é um joguinho de 2 dólares, indie e que não obteve a mínima atenção do público ou da grande mídia. Eu garanto que amantes de dificuldade e ótimas músicas irão se dar muito bem com ele.
O jogo roda no Vita, mas também roda nos dispositivos Playstation Certified, como meu Xperia Play. Só que o jogo não ficou muito bom no celular: eventualmente deu uns slowdowns violentos, o que atrapalhava bastante a jogabilidade.
Por fim, um texto, em inglês, do desenvolvedor do jogo que é bem interessante, especialmente para quem é é da área:
Experiences Developing For Playstation Mobile
Vale a leitura. E um último conselho: fiquem longe do outro jogo dele, o “Megablast”. Eu comprei pra prestigiar, mas o jogo é bem fraco, não vale a compra não. Mesmo o Luis Filipe, que ama shooters, não deve gostar desse Megablast.

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Ficha Técnica:
Life of Pixel
Plataforma: PS Vita
Desenvolvedor: Super Icon Ltd
Distribuidor: Sony CEA
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Nota: 8/ 10
[O joguinho com certeza vale os 2 dólares. Será um dinheiro extremamente bem gasto, não deixem de comprar e prestigiar o excelente trabalho do desenvolvedor! Dificuldade boa, músicas excelentes e gráficos relativamente fiéis ao que seriam em suas plataformas de verdade. É realmente uma pena que poucos tenham dado atenção à essa pérola da PSM, que é permeada com jogos medianos. Life of Pixel é dos poucos desse catálogo que valem a compra.]
Gostei muito da analise, o senhor é muito perspicaz. Pena que o cara fez o jogo de maneira quase inacessível. Só ele, dois amigos, e você, vão conseguir jogar. Uma grande pena, pois o jogo parece ser excelente.
Conforme esperado, a versão de Commodore 64 foi identificada por respeitar o padrão daltônico de cores, sem vermelho. Até nisso foram fiéis!