
Com texto e fotos de André Forte
Quanto mais o tempo passa, mais a nostalgia parece crescer dentro da gente. Voltar ao passado, em tempos mais simples, sem a mesma complexidade de problemas girando sobre nossas cabeças… A gente até chega a pensar que esse sentimento é exclusivo nosso, mas ele existe há tanto tempo quanto os seres humanos. Recordo-me de um episódio de Twillight Zone, chamado “Walking Distance”, em que um homem ao caminhar para sua cidade natal, a encontra exatamente como era 25 anos atrás, mostrando como aqueles tempos eram melhores para ele (e a série é de 1959!).
A Nostalgia, é claro, bate muito forte nos gamers. Podemos ver qualquer quarentão recordando dos tempos em que jogava pinball, que Pacman era o centro das atenções da balada de sábado (Karatê Kid, lembram?), ou das tardes jogando Atari… Pelo menos para mim, eu sempre pensei que quando você é pequeno, em um mundo incerto e sua influência nele é mínima, ver um personagem obedecer seus comandos e sentir controle de um mundo é algo que realmente marca você para sempre!
E porque todo este nariz de cera? É pra falar do SupaBoy, claro! Trata-se de um portátil que realmente pega na veia desse saudosismo! Antes, vamos à parte chata da coisa: ele custa, no Brasil, cerca de R$ 450,00, valor que, óbvio, todos sabemos que poderia ser bem menor não fossem os impostos abusivos do nosso país.
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Notável, mas não é pequeno
Pra começar, olha o formato: É um controle de SNES GIGANTE! Tive que ver se não era Made in Itu assim que o peguei. Claro, o formato já diz qual é o foco do handheld – jogar Super Nintendo!
E durante o jogo, o tamanhão não incomoda. Graças ao seu peso leve mesmo quando o cartucho está acoplado e seu formato anatômico na traseira, o portátil oferece boa ‘pegada’ e não atrapalha mesmo em longas jornadas.
Ele possui uma tela de LCD de 3,5 polegadas, maior que a boa parte dos visores de smartphones e possui uma boa luminosidade. Aliás, não espere alta resolução, já que o intuito do portátil é realmente fazer você jogar como nos anos 90. E nesse ponto ele é bem honesto.
O controle de volume está muito bom, e o aúdio é bem potente para um aparelho daquele porte, tendo entrada para fone de ouvido. O problema, contudo, é que o som do próprio portátil apresentou chiados constantes que não surgem quando está ligado na TV.
As vezes eu sinto que os botões são moles, mas o cursor é um pouco rijo, requisitando ao jogador que se acostume antes, ainda mais para jogos em que é necessária mais precisão, como Super Mário Kart. Já em jogos de luta como “Street Fighter II” os hadoukens e shoryukens tendem a ficar mais difícil de sair.
Por fim, a duração da bateria é para lá de satisfatória. Em nossos testes foi possível jogar até 5 horas sem conectá-lo ao cabo de energia.
Alguns problemas
Claro, nem tudo é maravilhoso. Apesar do portátil ser bem bonito e os botões serem feitos com materiais de boa qualidade, o console apresenta algumas mancadas de acabamento como rebarbas no slot do controle.
Também poderia haver um controle da intensidade do brilho da tela, para quem quer jogar no escuro ou economizar bateria. Nesse ponto, a tela é bem nostálgica e lembra os bons tempos do Game Gear.
Talvez, entretanto, a maior falta seja não possuir uma entrada para cartões SD ou Micro SD, rodando os jogos internamente. Não vamos entrar no mérito se emulação é legal ou não, mas é fato que os cartuchos de SNES não são lá tão portáteis para serem levados aos montes em viagens.
Ótima opção para colecionadores
Se há um público que aproveitará melhor o SupaBoy é certamente o ligado ao colecionismo. Para quem já tem vários cartuchos de SNES em casa, o portátil é uma mão na roda porque substitui com louvr o hardware do console original.
Você pode conectar o Supaboy pelo cabo A/V em televisores de tubo ou em HD. A diferença na qualidade da imagem é notável no Tubo, que devido à resolução menor, maquia a idade dos objetos pixelados. Já na tela HD, a nitidez e resolução superior fazem com que as imagens abusem dos pixels aparentes e como o Supaboy não tem um filtro que simula scanlines, o jeito é se acostumar.
Os controles do Super Nes e Super Famicom se encaixam perfeitamente no slot, sem qualquer tipo de ‘jogo’ ou sinal de mal contato. E quando conectados a experiência nostálgica fica ainda melhor.
Em suma, SupaBoy é extramente funcional, mesmo com suas extravagâncias. É um trambolho que de portátil só tem o fato de ter uma tela, pois requer muito espaço (não é fácil jogar em um metrô lotado, como com um 3DS, PSP… e até um dos clássicos GameBoy), e que ninguém rele… Mas convenhamos, é um trambolho fantástico!
Como eu disse, ele te pega pelas bolas da nostalgia, e faz com que você lembre das horas que passou jogando (tanto NES, SNES ou até Genesis), mas de uma maneira compacta, para se jogar em casa ou com os amigos…
Em suma, o SupaBoy é válido para todos que possuem fitas antigas de SNES (Japonesas ou Americanas), que querem relembrar esse tempo (e não possuem nenhuma fita, mas isso se arranja depois), ainda mais de um modo mais prático do que comprando um novo console antigo!
Na real, entretanto, não sei se haveria qualquer pessoa mau humorada o suficiente para não ter um desses!
* O Supaboy desse teste foi gentilmente enviado pela Hyperkin.
450,00?
No Ebay sai por uns 200,00 com frete incluso.
Eu sou doido pra ter um negócio desses, não sei bem o motivo, mas eu queria um. Um dia eu compro.
Fabio, sim, é verdade, mas se prepare para ser taxado. O Kapoow teve que pagar mais de R$ 100 em impostos quando o aparelho chegou ao Brasil. E isso porque veio direto da produtora. =(
Eu paguei com frete incluso R$250,00 pelo Ebay e não passou por taxações ao chegar aqui…
Ah, Kleber, mas nesse caso você já pagou o imposto antes, né? Dessa forma evita mesmo a taxação. Sempre que possível, é melhor ‘legalizar’ o envio, até para evitar surpresas (bem) desagradáveis. De qualquer forma, é uma loteria, à vezes é taxado, às vezes não…é sempre um risco. =)