
Você se lembra de Micro Machines? Aquele joguinho de corrida da Codemasters que agradava quase todo mundo, onde você corria em cenários engraçadinhos e seu carro era uma miniatura? Pois é, Micro Machines saiu pra virtualmente todos os videogames que existem. Ele saiu até pra Philips CD-i! E fez um sucesso danado na década de 90, tendo continuações, jogos com corridas de barcos em miniatura, enfim, isso foi uma febre!
Deixando os Micro Machines de lado, em 2012, uma empresa chamada Playrise Digital lançou um jogo que remete – e muito – o clássico. Disso surgiu Tabletop Racing, um jogo que é, nada mais nada menos, que uma versão não licenciada de Micro Machines. Ele saiu pra iOS / Android e, mais recentemente, PSVita.
Uma informação importante sobre a Playrise Digital é que ela é uma empresa nova, fundada por Nick Burcombe, o designer responsável por Wipeout, na Psygnosis, que virou SCE Studio Liverpool e, afinal, foi fechado em 2012. Após trabalhar por muitos anos para a Psygnosis, ele fundou a Playrise. Fundamentalmente, Tabletop Racing é um jogo indie e de orçamento baixo, lembre-se disso enquanto ler o texto.

Para um jogo de corrida, Tabletop Racing lembra, além do já citado “Micro Machines”, o clássico da Nintendo “Mario Kart”. Existem mísseis que podem ser atirados nos adversários ou escudos que protegem seu carrinho. Pense no jogo como uma mistura de “Micro Machines” com “Mario Kart” uma ou outra inspiração em “Wipeout”. É uma mistura boa, que em teoria deveria produzir bons resultados. Mas na prática não temos um jogo tão bom assim, Tabletop Racing é mediano.
Errando é que se aprende…
Um ponto alto para a desenvolvedora: o jogo pode não ser perfeito, mas ao menos eles estão tentando melhorar. Quando eu peguei o jogo pra escrever esse texto, ele tinha uma opção muito irritante: se você clicasse no touchpad traseiro ou acionasse o direcional analógico esquerdo pra cima, a câmera se invertia e você enxergava como se tivesse uma câmera 10m à sua frente, virada para o seu capô.
Alguns jogos de corrida gostam de achar que isso é legal, mas não é. E no caso do Tabletop Racing, era comum esbarrar no touchpad ou colocar pra cima no direcional. Eu reclamei, xinguei e esbravejei demais enquanto jogava, mas quando fui tirar a última screenshot do jogo para colocá-la aqui, vi que saiu um update dele. O update corrige esse bug / feature horroroso criando uma opção “Look back”. Coloque “no” e resolva todos os seus problemas. Eu digo que o jogo fica bem mais aproveitável assim, e fico feliz de ver que o desenvolvimento dele não parou simplesmente porque ele ficou pronto.

E quando os controles funcionam, eles funcionam bem. O controle responde numa boa velocidade e não é muito difícil largar em último e chegar em primeiro, só fazendo curvas justas e atacando os adversários. É um dos pontos altos do game.
No quesito gráficos, o jogo lembra o visual de um título para PSP, na melhor das hipóteses. Os gráficos não são bonitos, os cenários não são arrumados, a modelagem dos cenários é simples e as texturas são das piores. Graficamente o jogo é muito simples, provavelmente é a coisa mais simples que eu já vi no PSVita.

O som é completamente esquecível e os efeitos sonoros são normais, mas são raros os jogos de corrida onde a música é extremamente importante, né? Ninguém espera uma música no nível de Wipeout, por exemplo.
Demo pago?
Uma informação importante sobre o jogo e que deve ser mencionada: ele é um “freemium” no Android, mas é pago no Vita e no iOS. E no Vita ele é caro, muito caro, custa em torno de R$16,00. No android também temos uma versão “full”, que custa em torno de R$12,00, mesmo preço praticado na Apple Store. Eu considero caro pelo que o jogo oferece.
O motivo é que “Tabletop Racing” sofre do mesmo mal praticado pela Namco no “Ridge Racer” do Vita: cobrar por um jogo incompleto. Ao pagar, você não recebe o jogo completo, mas uma parte dele, assim como um demo. E, para obter todo o conteúdo, é necessário gastar moedinhas que, óbvio, custam dólares (ou reais) na PSN. Bola fora, já que o mesmo jogo nos celulares é mais justo e é oferecido gratuitamente no formato ‘freemium’.
Nota: 6/10
[“Tabletop Racing é um jogo simples, feio e caro. Eu dei bastante desconto por ser de uma desenvolvedora indie, mas a versão paga é muito cara, já que ela não te dá tudo o que o jogo tem de disponível, você ainda tem que ficar “mineirando” dinheiro virtual pra comprar os itens. Mas de graça, no android, pode surpreender e divertir. Não é completamente péssimo, os fãs de “Micro Machines” deverão gostar. Mas a mim, que não gosto de “Micro Machines, não agradou. Tomara que a Playrise Digital tenha mais sorte em seu próximo jogo, eu realmente torço por isso!”]