
Dois snaps aleatoriamente colocados: o de bateria e a capinha traseira.
Pra quem não está familiarizado com o Moto Z, ele é a nova proposta da Motorola para celulares / entretenimento. A diferença dele pra qualquer celular comum é que eu posso encaixar nele os chamados Snaps, que são expansões do celular propriamente dito. Até agora existem 4 snaps, por enquanto:
- SoundBoost, da JBL: é uma caixa de som para o seu celular.;
- Moto projetor Insta-Share: transforma seu Moto Z num projetor portátil;
- Hasselblad True Zoom: com a qualidade das lentes Hasselblad, transforma o aparelho em uma câmera de verdade;
- Incipio PowerPack: um snap de bateria extra para o seu celular, bonito, leve e elegante.
Esses são os 4 que existem por enquanto, e os snaps são o diferencial da série Moto Z, podendo ser usados tanto no Moto Z “normal” quanto no modelo mais simples, o Moto Z Play.
Eu já comentei anteriormente que esses snaps não precisarão de licença da Motorola para serem desenvolvidos, então, se esse modelo pegar, poderemos ter snaps de terceiros para virtualmente qualquer coisa que pudermos imaginar.

Vamos começar pelo principal: o celular.
O Moto Z tem configurações nada modestas, possui um Snapdragon 820 (que é um quad-core) e sua GPU é a Adreno 530. Ele tem 4gb de RAM, 64gb de armazenamento interno, entrada para cartão SD, dual chip e tela de 5.5’’ que supera os 1080p, com resolução de 2560×1440. Como eu disse, as especificações dele são bem exageradas.
Além disso, ele é muito fino, o smartphone mais fino do mercado. Eu vi alguns reviews falando que o celular é frágil, que se você aplicar um pouco de força nele ele entorta e digo: não, não entorta. Não é fácil fazê-lo envergar, e se alguém disser isso, desconfie. A construção dele é bastante robusta para isso, mesmo ele sendo muito fino.
Eu pude testá-lo por 2 semanas, e consigo dizer com toda a facilidade do mundo que esse aparelho me estragou para celulares futuros. O desempenho dele é assustadoramente bom, as coisas funcionam numa velocidade assombrosa, não teve momento algum onde o sistema demorou a responder ou respondeu de maneira irritante. O celular é rápido, ponto, nesse quesito não há discussão. Mas a gente sabe que só velocidade não adianta de nada se outras coisas deixarem a desejar…
E a bateria?
Aqui eu fiz dois testes, um com o snap de bateria e outro sem. No primeiro, o teste sem o snap, ela durou das 07:00 até a 01:00, e eu coloquei de volta no carregador antes de chegar nos 5%. Levando em conta que eu usei bastante durante o dia, a duração me surpreendeu bastante. A maioria dos aparelhos que eu já testei não chega a essa hora sem uma carga. A bateria de 2600mAh me pareceu bastante satisfatória.
Mas eu não usaria ele sem o snap, por um simples motivo: o Moto Z é fino demais, estamos acostumados a celulares um pouco mais grossos, colocando o snap de bateria, ele fica na grossura normal de um celular normal, com a diferença que a bateria dura 2 dias. Nos testes que eu fiz eu tirei ele do carregador às 06:45, usei o dia inteiro, não carreguei de noite, usei o dia seguinte inteiro também e a bateria dele acabou exatamente às 20:52. Eu não fui econômico com as baterias, usei bastante durante o dia, tirei fotos, usei GPS, tudo normal. Com o snap ela durou basicamente 2 dias inteiros, o que é impressionante.

Ou seja: quer usá-lo o dia inteiro e ter um celular muito fino? Saia de casa sem o snap conectado nele. Quer usar o celular por 2 dias sem se preocupar? Coloque o snap de bateria carregado na traseira dele. A possibilidade de escolha é algo realmente legal, e se você optar por sair com o snap encaixado acredite, não tem como a bateria durar menos de 1 dia com uso normal, simplesmente não tem como.
O android dele é inteligente o suficiente para gerenciar a bateria interna do aparelho em conjunto com a do snap, o que é bastante legal e perfeitamente transparente pro usuário.

O leitor de impressões digitais: um show à parte!
Esse leitor de impressões digitais mudou minha maneira de usar celular. Ao invés de clicar no botão de power e destravar a tela com o padrão, PIN ou qualquer outro mecanismo selecionado, bastava eu pegá-lo do meu bolso e colocar meu dedo no leitor: a tela liga e ele desbloqueia. Foram poucas as vezes em que eu usei o botão de power dele. E esse leitor funciona diferentemente dos botões dos concorrentes, onde você ainda tem que ligar a tela e colocar o dedo no leitor. Ponto pra Motorola nessa!
E a câmera?
A câmera do Moto Z é um show à parte. Aquela função da Motorola de balançar o celular e abrir a câmera funciona extremamente bem, e depois de um tempo você se acostuma de um jeito com isso que não há mais volta.

Ela tem 13mp, foco laser, flash CCT e estabilização de imagem e eu consigo dizer que é uma câmera de bastante respeito. Não vou ficar aqui elogiando a câmera, fiz esse slideshow com as melhores fotos que eu tirei com ela. Prepare-se para fotos históricas, gatos e natureza:
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Até aí, ele parece um celular muito bom. Mas o que o diferencia dos outros?
A diferença fica por conta dos snaps, que foram uma sacada muito boa da Motorola. Além do snap de bateria, que é um snap funcional e mais voltado para o dia-a-dia, eles me mandaram pra testar o projetor e a caixa de som. A câmera da Hasselblad eles não me mandaram, mas eu testei lá e fiquei embasbacado com o zoom óptico de 16x num celular.
Logo de cara eu quis testar a caixa de som, para ver se o som realmente mudava e era tão melhor assim. E sim, melhora bastante mesmo, mas ele não é tão alto quanto deveria ser. Se a ideia é colocá-lo no meio de uma galera para tocar música, pode ser que o volume não seja alto o suficiente. Eu fiz um teste em uma festa na casa de uma amiga e acredito que o volume poderia ser um pouco mais alto. Mas a qualidade do som é ótima, isso não tem como negar.
Já o projetor… Bem, a primeira coisa que eu fiz quando peguei o celular foi ligar o projetor e colocar um vídeo do Netflix para assistir. É assustador como uma coisa tão pequena possa gerar uma imagem tão bacana! Mesmo sendo em 480p, a imagem fica excelente! Eu projetei o filme no teto do meu quarto e achei genial. Primeiro porque o celular não fica grosso o suficiente para que você não possa carregá-lo no bolso, segundo que ele tem uma bateria de 1100mAh, que faz com que você possa assistir ao seu filme na maior tranquilidade possível. Eu assisti a um jogo de futebol inteiro com o projetor, a torturante vitória do Palmeiras sobre o Santa Cruz foi assistida nele, sem estar ligado na tomada.

Depois, no final-de-semana seguinte, eu fui na casa de um amigo e convoquei uma galera para assistirmos o jogo entre Palmeiras e América MG. Só que como o horário do jogo era muito cedo, e a casa desse meu amigo era muito clara, só conseguimos assistir de maneira satisfatória os últimos 15 minutos de jogo. Mas estávamos em 7 pessoas, e todas elas ficaram impressionadas com a qualidade do vídeo, com o tamanho do aparelho, com toda a situação. O projetor realmente impressiona.
Dizem que o diabo está nos detalhes, e aqui eu devo dar os parabéns para a equipe de desenvolvimento deles, que pensou em detalhes que só quem usa pensa. Imagine que você está vendo um jogo de futebol e alguém te manda uma mensagem no whatsapp ou telegram. A notificação apareceria na tela, não? Sim, ela aparece, na tela do celular, mas na tela projetada ela não aparece! Esses detalhes realmente agradaram e me surpreenderam.
Mas tudo nele é perfeito?
Não, infelizmente ele não é perfeito, mas felizmente os defeitos dele são poucos e praticamente irrelevantes. Mas eles existem e estão lá. Vamos por partes:
- A tela dele tem corning gorilla glass, que deveria evitar, além de riscos, que o aparelho trinque a tela na quina dela, o que é algo comum em todos os celulares e bastante desagradável quando acontece. Eu não joguei o celular no chão para testar, mas em 2 semanas de uso normal, apareceram dois pequenos riscos na tela dele. Não foram riscos absurdos, mas não tem motivo algum para eles terem aparecido. Achei bem ruim isso;
- USB C. Ele usa USB C, que é o novo padrão dos celulares. Enquanto isso não é exatamente um defeito, ter um dispositivo que usa um carregador específico pra ele é algo chato. A Motorola poderia resolver isso mandando junto do celular um simples adaptador USB micro / USB C. Não custava nada;
- Ainda sobre o USB C, pôxa Motorola, custava mandar um carregador pra carregar o celular no carro? O cabo USB é diferente, não tive como carregar o celular enquanto usava ele de GPS. Um adaptador pra carregar no carro não teria sido má ideia;
- Preço. Ele não é um aparelho barato, ponto. Se levarmos em conta tudo o que ele faz, ele até fica um pouco menos caro, mas esse preço alto dele acaba afastando o consumidor do produto, e se a Motorola realmente quer que todo mundo use e tenha snaps, deveria ter abaixado um pouquinho o preço. Ainda custa muito menos que um iPhone 7 ou um Galaxy S7, e entrega muito mais que esses celulares, mas o preço poderia ser menor;
- O snap de bateria branco ficou manchado com 2 semanas de uso, só de estar no bolso da minha calça jeans. Ele ficou levemente azulado, e isso é inadmissível, né?
Mas, como já disse, apesar dos defeitos, o aparelho é um dos mais impressionantes que eu já mexi. Desempenho incrível, bateria muito boa, câmera nativa ótima, softwares da Motorola muito bons, snap de projetor é uma experiência muito muito boa e eu preciso comprar um aparelho desses pra mim. Talvez deva colocar esse nos defeitos também, não? :D